Naturalmente o “turismo do vinho” é um nicho do mercado de turismo a ser cultivado. A popularidade do turismo do vinho tem crescido, e seguira a tendência de crescimento nos próximos anos.
Existem diversas razões para tal crescimento, estamos bebendo mais e mais vinho e de uma série variada de locais e nacionalidades. A estrutura do turismo representava mais o público masculino, que conhecia mais sobre o assunto “vinho”, mas hoje em dia são os “casais”, pessoas mais jovens e/ou pequenos grupos de amigos que se interessam pelo assunto.
Nestes tempos viajar se tornou mais fácil e menos caro. E o vinho é produzido em lugares maravilhosos, para os quais muitos gostariam de ir. Stellenbosch, Napa Valley, Rioja na Espanha, Douro em Portugal, Vale McLaren na Austrália, Alsácia, Prosecco, Toscana e Provence. Colinas com vinhedos, montanhas, e pequenos vilarejos para visitar, a escolha é ampla... A grande vantagem é que o nenhum outro produto como o vinho, tem um “passaporte”livre ao coração destas terras, a sua cultura e seu passados, sua gastronomia, tradição, festivais, leveza e seu povo. Especialmente seu povos, suas pessoas. E claro, alguns lugares são muito “pomposos”. Alguns um pouco “maluquinhos”, mas em geral muito “calorosos” e de “braços abertos”para receber o turista.
Certamente os produtores de vinho, se deixam levar pela história, sua vida é produzir vinho. Para eles se trata de um aspecto material, mas também espiritual. Este lado é contagiante para um turista, que busca, tudo menos o lado “material” em uma viagem, e a viagem serve para deixar o “mundo material e real” para trás. Tudo o que queremos é relaxar.
O turismo do vinhos vem também se associando a outras atividades, ou seja, antes se tratava somente de visitar e degustar uma vinícola, hoje em dia a “atividade do vinho” vem sendo harmonizada com caminhadas, debates, bicicleta, canoagem, balonagem, etc.....o vinho é o ponto de partida e entrada para este mundo mais amplo.
O turismo do vinho tendencialmente se concentra nos países de maior produção de vinho, seguindo esta classificação por produção:
- Itália
- Espanha
- França
- Estados Unidos
- China
- Argentina
- Austrália
- África do Sul
- Alemanha
(*dados em https://www.telegraph.co.uk/travel/food-and-wine-holidays/best-destinations-for-wine/ )
A Europa é um destino “quente”para o turismo do vinho, mas tem a ver também com o consumo de vinho per capita, eis os top “dez”:
- Andorra, Espanha
- Cidade do Vaticano (obviamente porque tem poucos “habitantes”)
- Croácia
- Portugal
- França
- Eslovênia
- Macedônia
- Ilhas Falkland (será o frio e isolamento? do mundo?)
- Suiça
- Itália (os jovens bebem muita cerveja e Spritz Aperol...)
Hoje em dia, o turismo do vinho é como se fosse um “quadro amplo e de várias cores”. A agência inglesa, Smooth Red descreve: “temos os entendedores de vinho que conhecem muito e querem mais conhecimento, outros que conhecem os tintos da Califórnia e querem se aprofundar nos vinhos europeus, e simplesmente aqueles que querem um final de semana imersos no vinho e na gastronomia.” E outros que querem incluir atividades, amantes do vinho e de novas experiências.
Portugal ganhou o prêmio “Europe’s leading Destination”em 2017 e 2018, “World’s Leading Destination”em 2017 e outros mais... enquanto Lisboa vence em termos de valor gasto $, o Porto e Douro ganham em número de visitantes. A maravilhosa cidade do Porto, aos pés do Rio Douro, com seu aeroporto de porte médio, tem o recorde de 10 milhões de turistas em 2017.
O turismo do vinho é um grande nicho neste caso, graças as visitas e degustações nos vinhedos e nas vinícolas. Desde 2014 com a crise e débito, o governo Português investiu muito no setor do turismo, buscando novas estratégias e iniciativas para incentivar o seu crescimento e desenvolvimento.
Portugal, além de inúmeras praias e sua costa, história e simpatia, não sofreu ataques terroristas, recebe vários voos da Europa (incluso “low cost”) atraindo os turistas em geral. Até o final do ano de 2017, o turismo tinha adicionado $33.5 bi para a economia portuguesa, e até o final de 2018 pode ainda chegar a 20% do GDP de Portugal.
Os turistas buscam as degustações nas casas de produção do vinho do Porto, mas também uma imersão na cultura local, além de experiências hedonistas como Spas, piscina e relaxamento.
Passeios de barco no Douro, até os vinhedos com almoços de alta gastronomia estão inclusos nas escolhas.
Porém, as iniciativas e experiências também tem como “target” os mais jovens. Antigos edifícios no Porto tem sido reformados e transformados em albergues em posições privilegiadas da cidade com decoração “cool’e estilo “retro-chic.”
A empresa Sandeman (produtora de vinho do Porto), recebe cerca de 140.000 visitantes ao ano, e se pensarmos em uma média mensal de 590 pessoas por dia (em 20 dias úteis).
E o vinho do Porto?
É um vinho natural e fortificado, produzido a partir de uvas provenientes da região demarcada do Douro no norte, a cerca de 100km leste da cidade do Porto.
A descoberta do vinho do Porto é polêmica, uma das versões defendidas pelos produtores ingleses , refere-se que a origem data do século XVII quando os mercadores britânicos adicionaram brandy ao vinho da região do Douro para evitar que ele azedasse.
O que torna o vinho do Porto diferente dos restantes vinhos, além do clima único, é o fato que a fermentação do vinho é interrompida numa fase inicial através da adição de uma aguardente viníca neutra (com cerca de 77o de álcool). Assim o vinho do Porto é naturalmente mais doce e mais forte do que os vinhos normais.
Existem vinhos do Porto Tintos e brancos. Eu estive no Porto em agosto de 2018 (no último verão) e tive o prazer de degustar um Porto branco, mais seco.
Eis a minha dica de eno-turismo para vocês: https://www.taylor.pt/pt visita e degustação (Vila Nova de Gaia)
Escolha de Porto: Taylor’s Chip Dry Port (Extra Seco) com um prato de queijo Serra da Estrela.
Se quiser no final, pegue um barco/cruzeiro com o tour mais básico de uma hora para conhecer as Seis Pontes que cruzam o Douro na cidade do Porto.
Cheers, até a próxima!