Na primeira semana de dezembro aconteceu o simpósio de vinhos, organizado por Vinitaly em Verona, chamado wine2wine. É um encontro entre profissionais do mundo do vinho Italianos e Internacionais, e que consiste em várias sessões com debates, informações e temas variados do mundo do vinho.
Uma destas sessões deu notoriedade ao Brasil, considerado um potencial gigante do mercado de vinho. A dimensão do país, no mercado do vinho, não sempre conta, como demonstram vários países que são pequenos, mas fundamentais para o mundo do vinho, tais como a Suíça, Bélgica, Suécia, mas certamente nos países com grandes dimensões, as oportunidades podem se multiplicar. A China, neste exemplo, é uma rampa de lançamento para se tornar o primeiro país importador de vinhos, mas alguns anos atrás, a promessa verdadeira e também pela afinidade cultural, era o Brasil. Efetivamente neste sentido, o Brasil ainda não “explodiu”...
Com 153,4 milhões de adultos, e assim potencias consumidores de vinho, que consumam 306,48 milhões de litros de vinho por ano, dos quais apenas 25% são vinhos importados, pode-se perceber o potencial do gigante ainda adormecido... O motivo: a economia Brasileira, oitava do mundo, passa por um período de dificuldades, e o crescimento de poder aquisitivo da classe média ainda deverá acontecer. O preço médio de euro 7 – 10 de uma garrafa de vinhos no supermercado, ainda representam um verdadeiro luxo ao consumidor brasileiro (se pensarmos na renda média familiar)
Por outro lado, os dados estatísticos sobre o Brasil, ainda são encorajadores para os produtores de vinho: existem 29,7 milhões de pessoas que bebem vinho frequentemente, dos quais 23,8 milhões escolhem o vinho importador, dos quais 12,1 milhões escolhem o vinho semanalmente (dados de Wine Intelligence). Interessante também saber que 58% dos consumidores se sentem verdadeiros “wine lovers”.
Para os produtores de vinho Italianos em particular, existe a grande vantagem: o grande número de residentes italianos no Brasil: 520.000, mas se considerarmos os descendentes de italianos este número cresce para cerca de 25-30 milhões. Por este motivo e outros, os Italianos estão sempre de olho no mercado Brasileiro...
Mas quais foram os principais países produtores de vinho importados no Brasil em 2017?
Chile (43,7%), Argentina (15,2%), Portugal (13,1%), Itália com 10,1%, mas com crescimento de quase 11 milhões de dólares em relação a 2016 (33, 8 milhões de dólares, 2017 x 22 milhões de dólares, 2016).
E o consumidor brasileiro o que procura na escolha do vinho?
- Marca – 85%
- Tipologia de uva – 82%
- Conselhos e sugestões dos amigos e familiares – 80%
- Região de origem – 77%
- País de origem – 76%
- Descontos sobre o preço – 70%
- Conteúdo alcóolico – 64%
- Prêmios que o vinho recebeu – 58%
- Conselhos dos vendedores – 58%
- Designa da etiqueta – 57%
E quais as preferências nos gostos?
- 82% preferem vinho tinto
- 15% preferem vinho branco
- 3% vinho rose
Canais de venda ?
- 29% supermercados
- 19% lojas genéricas
- 15% online.
Certamente os produtores de vinho Italianos sentem um potencial gigante no mercado Brasileiro, o que justifica a sessão dedicada ao Brasil durante wine2wine.
Mas além dos dados estatísticos, as palavras mais recorrentes ligadas ao mundo do vinho são cultura, tradição e mais recentemente “lifestyle”, ou seja estilo de vida. O vinho hoje em dia, e também no Brasil, é “trendy””de tendência. Uma moda a seguir e que tantos seguem...
Basta pensar também ao grande número de eventos que acontecem em torno do vinho, em grandes e pequenas cidades, milhares de amantes do vinho que se encontram e se interessam pelo assunto. Seja a nível profissional ou somente os “wine lovers”. Só no Brasil, foram 8.000 alunos do curso WSET em 10 anos, considerado para a empresa, um número importante.
A própria Vinitaly (maior feira de vinhos Italiana) acreditando sempre nos mercados com potencial de crescimento, lançou a “Wine South America’que aconteceu de 26 a 29 de Setembro em Bento Gonçalves. A feira dedicada ao setor vitivinícola, contou com 250 expositores, entre vinícolas, exportadores, distribuidores e representantes do mundo do vinho. Presentes também o azeite de oliva e o café (produto Brasileiro). Vários foram os encontros B2B, e apresentações no setor tecnológico, degustações e “cooking show”.
Tudo isto para proporcionar a expansão de negócios no mundo do vinho (principalmente o da exportação do vinho Italiano ao Brasil), e não por menos a confiança no potencial de mercado brasileiro. A feira superou as expectativas e contará com a segunda edição na última semana do mês de setembro de 2019.
Aproveitando para falar sobre Vinitaly, a próxima edição em Verona acontece de 7 – 10 de abril de 2019 aberta para operadores dos setor. Para os wine lovers, Vinitaly and the City acontece de 5 – 8 de abril de 2019, com várias atividades no centro de Verona.
Sem dúvidas, o Made in Italy fortemente ligado ao vinho e a gastronomia, e motivo de orgulho para o Italiano ao redor do mundo, esta de olho no Brasil...
Salute! A presto