Vinho tinto: produzidos de uvas tintas. Vinho branco: produzidos de uvas brancas. Os estudiosos de uvas (ampelógrafos) acreditam que as primeiras uvas eram tintas, e com uma mutação natural surgiram as variedades brancas. Por exemplo: Pinot Noir, Pinot Gris e Pinot Blanc, todas compartilham o mesmo DNA.
Então, vinhos tintos são produzidos com uvas tintas, e vinhos brancos com uvas brancas, mas quase que todos os vinhos que encontramos no mercado, originalmente eram produzidos por uma espécie de uva: a Vitis Vinifera – tinta. Com a mutação natural, a Vitis vinifera produziu as primeiras uvas brancas.
A produção
A principal diferença entre o vinho tinto e o vinho branco está na forma como são produzidos ou vinificados. O vinho tinto sofre a fermentação com a casca da uva (que dá a cor ao vinho) e as suas sementes (que ajudam na cor e no tanino do vinho). Os vinhos brancos, por sua vez, não são vinificados desta forma. Existem algumas exceções que por sua vez resultam em paladar diversos dos vinhos. Por exemplo, existe um tipo de Champanhe que se chama “Blanc de Noirs” que é vinificado de forma similar a vinificação de um vinho branco, e resulta similar a um vinho branco (na sua cor). Outro exemplo é o Pinot Noir vinificado em branco, ou Pinot da Alsácia. Os vinhos tintos, quando amadurecidos, podem remeter à chocolate, tabaco e especiarias. Por sua vez, os brancos têm mais acidez, têm no aroma e no sabor características mais minerais e remetem à frutas brancas ou amarelas e notas florais. A enologia se utiliza de variadas técnicas de vinificação e obtém resultados variados, mas não me estenderei agora sobre isso.
Além das diferenças de processos que posteriormente se no paladar, as diferenças ou complementaridades não param por aqui. O passo sucessivo é descobrir com o que brancos e tintos combinam melhor, e esse é um capítulo vasto e inesgotável.
Existe algum vinho melhor para a nossa saúde?
Recordamos que a ingestão exagerada de álcool no organismo não é de forma alguma saudável. A dose máxima não deve ultrapassar três taças diárias para homens e duas para mulheres. Mas esses números são objeto de um debate interminável. Há, ainda, outro debate: se o vinho representa benefícios à saúde quando associado à alimentação correta e equilibrada. Os tintos são ricos em elementos nutritivos obtidos do seu processo de vinificação com as cascas e sementes juntamente ao mosto. O composto vegetal neste caso contém quantidades muito pequenas de resveratrol, um anti-inflamatório que estimula a formação de vasos sanguíneos reduzindo o stress oxidativo das células. Os brancos por sua vez, tem menos carboidratos comparativamente aos tintos sendo, portanto, menos calóricos. Ambos possuem propriedades antioxidantes e suspeita-se que o tinto mais que o branco.
Todos estes argumentos e temas em relação ao tema vinho nos recordam que o líquido contido na garrafa é, afinal, um elemento “vivo” transformado por um processo originalmente natural, porém conduzido por mãos humanas. Um processo alquímico de co-criação entre a natureza e o ser humano. E, como resultado, não poderia ser mais vasto e amplo em sabores, corpos, aromas. As sensações que a bebida provoca são amplas e variadas e, sobretudo subjetivas. Por mais que possamos descrever um vinho, as sensações despertadas não tem nada de racional.
E você, tem preferência por tintos ou brancos? Eu escolho vinho.
Planeje sua viagem… e cheers!